quinta-feira, agosto 08, 2013

Fwd: Ponto de vista de um paulista sobre o Rio


Boa, Rose!!!!!!!!!!!



            Repassando...
 Nunca vi o Rio tão bem descrito por alguém de fora...

 FODA!!!
 "E então eu parei o carro, puxei o freio de mão e pensei:
"Cheguei em casa".
 Faz 1 ano. Desembarquei com esposa, cachorro e umas malas. A mudança
veio no dia seguinte. Levei 33 anos imaginando "como seria", e
agora tenho 1 pra contar "como foi".
 O Rio de Janeiro é a minha Paris. Eu não sonho com a tal de torre,
nem me importo com o Louvre e nem acho do cacete tomar café naquela
tal de Champs-Élysées. Eu acho charmoso ir a praia de Copacabana,
tomar cerveja de chinelo no leblon e ir a um samba numa grande escola.
 Sou paulista, nunca tive rivalidade bairrista em casa. Nunca me
ensinaram a odiar o estado vizinho, ao contrário, sempre me foi dada
a idéia de que estando no Brasil, estou em casa.
 Ouvi mil mentiras e outras mil verdades sobre o Rio enquanto morei em
São Paulo. Todas justas no final das contas.
 Carioca exagera tudo, pra baixo e pra cima. Se elogiar a praia, ele
exalta dizendo que é "a melhor praia do mundo". Se falar que é
perigoso, ele não nega. Diz que é "perigoso pra caralho".
 Trata sua cidade como filho. Só ele pode falar mal.
 Cariocas não marcam encontro. Simplesmente se encontram.
 A confirmação de um convite aqui não quer dizer nada. Você sugere
"Vamos?", eles dizem "Vamo!". O que não implica em ter
aceitado a sugestão.
 Hora marcada no Rio é "por volta de". Domingo é domingo. E
relaxa, irmão. Pra que a pressa?
 Em 5 minutos são amigos de infância, no segundo encontro te
abraçam e já te colocam apelidos.
 Não te levam pra casa. Te convidam pra rua. É curioso. Mas é que a
"rua" aqui é tão linda que se trancar em casa é desperdício.
 Cariocas andam de chinelo e não se julgam por isso. São livres,
desprovidos de qualquer senso de sofisticação.
 Ao contrário, parecem se sentir mal num ambiente formal e de algum
requinte.
 "Porra" é um termo que abre toda e qualquer frase na cidade.
Ainda vou a uma Igreja conferir, mas desconfio que até missa comece
com "Porra, Pai nosso que estais…".
 Cariocas são pouco competitivos. Eu acho isso maravilhoso, afinal,
venho da terra mais competitiva do país. E confesso: competir o tempo
todo cansa.
 Acho graça quando eles defendem o clube rival pelo mero orgulho de
dizer que "o futebol do Rio" vai bem. Eles nem notam, mas as vezes
se protegem.
 Eles amam essa porra. É impressionante.
 Carioca é o povo mais brasileiro que há, mas que é tão orgulhoso
do que é que nem parece brasileiro.
 Tem um sorriso gostoso, um ar arrogante de quem "se garante".
 Papudos, malandros, invocados. Faaaaalam pra cacete. E sabem que
estão exagerando.
 Eles acham que sabem o que é frio. Imagine, fazem fondue com 20
graus!
 A Barra é longe. Buzios, logo ali!
 Niterói é um pedaço do Rio que eles não contam pra turista. Só
eles aproveitam.
 Nilópolis é longe. Bangu também.
 Madureira é um bairro gostoso. O Leblon, vale os 22 mil por metro
quadrado sugeridos pelos corretores.
 Aliás, corretores no Rio são bem irritantes.
 Carioca, num geral, acha que está te fazendo um favor mesmo se
estiver trabalhando. É tudo absolutamente pessoal, informal.
 Se ele gostar de você, te atende bem. Se não, não.
 Tá com pressa? Vai se irritar. Eles não tem pressa pra nada.
 Sabe aquela garota gostosa que sabe que é gostosa? Cariocas sabem
onde moram.
 O bairrismo deles é único. Nem separatista, nem coitadinho. Apenas
orgulhoso. Ao invés de odiar um estado vizinho, o sacaneiam e se
matam de rir de quem se ofende.
 Cariocas tem vocação pra ser feliz.
 São tradicionais, não gostam que o mundo evolua. Um novo prédio no
lugar daquele casarão antigo não é visto como progresso, mas sim
com saudades.
 São folgados. Juram ser o povo mais sortudo do mundo.
 E quem vai dizer que não?
 No Rio você vira até mais religioso. Aquele Cristo te olha todo
santo dia, de braços abertos. Não dá! Você começa a gostar do
cara…
 E aí vem a sexta-feira e o dom de mudar o ambiente sem mexer em
nada. O Rio que trabalha vira uma cidade de férias. As roupas somem,
aparecem os sorrisos a toa, o sol, o futebol, o samba, o Rio.
 Já ouvi um cara me dizer um dia que o "Rio é uma mentira bem
contada pela mídia". Ele era paulista, odiava o Rio, jamais tinha
vindo até aqui.
 E é um cara esperto. Se você não gosta do Rio de Janeiro, fique
longe dele.
 É a única maneira de manter sua opinião.
 Em quase toda grande cidade que vou noto uma força extrema para
fazer o turista se sentir em casa. Um italiano em São Paulo está na
Itália dependendo de onde for. Um japones, idem. Um argentino vai a
restaurantes e ambientes argentinos em qualquer grande cidade.
 No Rio de Janeiro ninguém te dá o que você já tem. Aqui, ou você
vira "carioca", ou vai perder muito tempo procurando um pedaço da
sua terra por aqui.
 Não é verdade que são preconceituosos. É preciso entender que o
carioca não se diz carioca por nascer aqui. Carioca é um perfil.
 Renato, o gaúcho, é um dos caras mais cariocas do mundo.
 Tem todo um ritual, um jeitinho de se aproximar.
 Chame o garçom pelo nome, os colegas de "irmão". Sorria, abrace
quando encontrar. Aceite o convite, mesmo que você não vá.
 Faça planos para amanhã, esqueça-os 10 minutos depois. Faça
amigos, o máximo de amigos que conseguir.
 Quanto mais amigos, mais cerveja, mais risadas, mais churrascos, mais
carioca você fica.
 E quanto mais carioca você é, mais você ama o Rio. Como eles.
 Gosto deles. Gosto de olhar pra frente e não ver onde acaba. Gosto
de sol, de abraço, de rir muito alto e de não me achar um merda por
estar sem grana.
 Gosto de como eles se viram. Gosto da simplicidade e da informalidade
que os aproxima do amadorismo.
 A vida não tem que ser profissional.
 Tem que ser gostosa.
 E de gostosa, convenhamos, o Rio tá cheio.
 Ops! Desculpa, amor! Escapou.
 abs, merrrrmão!
 Paulista





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Se Deus é a Linguagem:
o meu é Português...