segunda-feira, maio 23, 2011

no Montblaat 393...rsrsr...

MONTBLÄAT - 393 /// Rio, 21 de maio de 2011 Página 15
Tá complicado...

Quarta-feira na página Logo, de O Globo o assunto era "um mundo sem gêneros" onde se previa um mundo com seis bilhões de sexos (!). Segundo
o artigo, aliás muito interessante, a sigla LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis) já é coisa do passado e hoje a nova sigla poderia ser LGBTTTS
(lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e simpatizantes). Confesso que estou perdido, não consigo, por exemplo, entender a diferença entre transexuais e transgêneros. Qual é a diferença? E pensar que a natureza criou apenas dois sexos (que falta de imaginação de
papai do Céu!): o masculino e o feminino. Imaginem a sigla da sexualidade daqui a alguns anos. Haja gente "diferenciada"! E olhem que as atuais variedades de sexualidade englobam apenas relações consentidas entre adultos humanos. Não vou falar de estupro, pedofilia ou perversões ainda mais criminosas ou francamente repugnantes porque espero que isso jamais seja permitido (vá lá se saber, mas acho que estarei morto antes de ver algo assim). Mas me divirto imaginando outras possibilidades.

O que dizer a sexualidade interespécies? Sexo com animais como cabritos (dai o termo "barrancar"), cachorros, galinhas e até com bananeiras, é
prática comuns no campo (*), mas ainda não há letras de classificação nem os adeptos da relação interespécies saíram do armário. Não me atrevo a
duvidar de que isso acabará acontecendo. Mas como se chamaria alguém que se apaixonasse por bonobos ou bananeiras? Estranho é o espaço que isso ocupa na mídia. Dá a impressão que é o grande problema brasileiro. O problema existe, não é possível negá-lo e a ação do STF foi correta, justa e todo o preconceito é condenável, mas acho que a sexualidade não deve ser alardeada em praça pública. Deveria ser problema de cada um, desde que não envolva coisas como estupro, pedofilia, tráfico de mulheres, etc.

Mas agora voltamos a exercer o nosso furor legiferante para criar uma lei que criminaliza a homofobia. Por que a homofobia? Qualquer tipo de
discriminação deveria ser crime, seja contra brancos, pretos, gordos, carecas ou gagos. Tenho certeza que perdi alguns empregos quando me
candidatei porque apesar de ter um currículo excelente, alguma capacidade, cultura e feito boas entrevistas, sou gordo (hoje menos "graças" ao câncer)
e gordo é visto como relaxado e potencialmente doentio. Daí...

Deveria haver uma lei criminalizando a obesofobia? Além disso, é preciso estabelecer e diferenciar muito bem o que é preconceito da ação preconceituosa. Um preconceito, desde que não se traduza por um ato, enquanto ficar no terreno da afinidade, da simpatia ou da opinião deve ser livre. Não temos obrigação de gostar de alguém por ele ser homossexual, careca, prostituta, padre, policial, negro, banqueiro, político, judeu, gordo ou muito feio. A lei não pode dirigir, obrigar ou enquadrar opiniões, mesmo preconceituosas. O que não se pode é passar da opinião ao incitamento e muito menos à
ação. Opinião é algo como um religioso pregar, de acordo com sua doutrina e fé, que a homossexualidade é um erro e que os gays são pecadores
condenados ao inferno. Incitamento seria defender a agressão e o massacre dos homossexuais, judeus ou o que mais seja. Ação é agredir alguém
porque é gay, tem pele escura ou nariz grande. Nos dois últimos casos a lei deve ser severa. Mas as formas mais sutis de preconceito, essas são quase
indetectáveis. Só alguém muito estúpido negaria um emprego a outra pessoa e lhe diria que não o quer porque é preto, homossexual ou gordo. A única saída seria – mais uma vez – estabelecer cotas. Já as temos aos montes e em alguns casos explicáveis, como para deficientes físicos, mas já
pensaram em organizar um grupo humano, uma equipe, primeiramente em função de cor, preferencias sexuais, religião, peso, etc.?

Acho que vou para Ibitipoca e comprar um cachorro...
(*) Aliás, me vem à mente a piada o "causo" contado pelo Sr. Brasil, Rolando Boldrin, num de seus programas na TV Cultura onde abre espaço
para a verdadeira musica de raiz deste país. Ele tem uma maneira extraordinária de contar esses "causos". Aí vai este, que poderíamos
chamar de "O padre ventríloquo e a cabrita...".

Certo dia chegou à cidadezinha do interior o novo vigário. Na estação o esperava um rapazote numa charrete para leva-lo à casa paroquial.
O padre era um gozador e ventríloquo e resolver brincar com a ingenuidade do capiauzinho.
- Você sabe que eu posso fazer os bichos falar menino? Disse, sendo olhado com espanto e descrença pelo garoto.
- Duvida? Quer ver? Tá vendo aquele cachorro aí? Vou fazer uma pergunta a ele. "Oi cachorro, você gosta de osso?"
- Au!Au! Gosto muito sim seu padre, a benção!
O rapaz abriu um bocão, arregalou os olhos e o padre resolveu continuar com a brincadeira quando viu uma vaca.
- Bom dia dona vaca, como vão as coisas?
- Muuu... Muito bem seu vigário, o senhor é o novo padre? Seja Muuu... Muito bem-vindo!
- Sou o novo padre sim, minha filha e os santos te abençoem.
O garoto estava paralisado pela surpresa e o padre ainda perguntou algo ao cavalo que puxava a charrete e este "respondia" quando chegaram à
igreja. Na pracinha em frente havia um monte de cabritos. O menino ao ver os animais empalideceu e gaguejando apontou para uma cabritinha preta e disse, visivelmente preocupado, ao vigário.
- Olha lá seu padre, tá vendo aquela cabritinha preta? Pois é, ela é muito mentirosa, não acredita em nada do que ela lhe contar viu?

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Procure como na internet... Afinal, vale ou não vale a pena assinar o Montblaat?!?!?!? e garanto que é barato...