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Droga reduz inflamação no cérebro e induz a formação de novos neurônios.
Cientistas americanos dizem que substâncias presentes na maconha         podem ser benéficas para o cérebro à medida que as pessoas         envelhecem, reduzindo índices de inflamação e estimulando a         formação de novos neurônios.
     
A equipe, da Ohio State University, em Ohio, nos Estados Unidos, apresentou seu estudo durante uma reunião da Society for Neuroscience na capital americana, Washington.
O trabalho indica que a criação de uma droga legal que contenha         certas propriedades similares às da maconha poderia ajudar a         prevenir ou retardar a chegada de doenças como o Mal de Alzheimer.
     
Embora a causa exata desta doença seja desconhecida, acredita-se         que uma inflamação crônica no cérebro contribua para a perda da memória.
     
A intenção dos cientistas é criar uma nova droga cujas         propriedades seriam semelhantes às da tetrahidrocanabinol, ou         THC, a principal substância psicoativa da planta da maconha -         mas sem o efeito inebriante da droga.
     
Ao lado de nicotina, álcool e cafeína, a THC, quando consumida em         moderação, tem demonstrado uma certa eficácia em proteger o         cérebro contra inflamações, o que pode se traduzir em uma melhor         memória na velhice.
     
"Não é que tudo o que é imoral seja bom para o         cérebro", disse o responsável pela pesquisa, Gary Wenk, da         Ohio State University. "Simplesmente, existem algumas         substâncias que milhões de pessoas, durante milhares de anos,         vêm usando em bilhões de doses, e você está notando que existe         um pouco de sinal no meio de todo o ruído".
     
As pesquisas de Wenk e seus colaboradores já demonstraram que uma         droga sintética semelhante ao THC pode melhorar a memória de         ratos.
     
Sua equipe está agora tentando entender como a substância         funciona no cérebro.
     
Um dos co-autores do estudo, Yannick Marchalant, fez testes com         ratos idosos usando a droga sintética WIN-55212-2. Ela não é         usada em humanos por que pode produzir fortes efeitos         inebriantes.
     
Os especialistas colocaram uma sonda sob a pele dos animais para         injetar nos ratos uma dose constate de WIN durante três semanas         -- a dose era baixa, de forma a não inebriar os ratos.
     
Um outro grupo de ratos não recebeu a droga.
     
Depois, os dois grupos foram submetidos a testes de memória em         que eram colocados dentro de uma pequena piscina para determinar         quão capazes eles eram de usar pistas visuais para encontrar uma         plataforma escondida sob a superfície da água.
     
Os ratos que tomaram a droga tiveram desempenho melhor em         aprender e lembrar como encontrar a plataforma escondida.
     
"Ratos velhos não são muito bons nessa atividade. Eles podem         aprender, mas demora mais tempo para acharem a plataforma",         disse Marchalant. "Quando demos a eles a droga, tiveram um         desempenho um pouco melhor".
     
"Quando somos jovens, reproduzimos nossos neurônios e nossa         memória funciona bem. À medida em que envelhecemos, o processo         fica mais lento e temos uma diminuição na formação de novos         neurônios. Você precisa que essas células retornem e ajudem a         formar novas memórias, e verificamos que este agente, semelhante         ao THC, pode influenciar a criação dessas células".
     
As pesquisas com ratos sugerem que pelo menos três receptores no         cérebro são ativados pela droga sintética. Esses receptores são         proteínas do sistema endocabinóide, que controla a memória e         processos psicológicos associados ao apetite, humor e resposta à dor.
     
Entender em detalhe a ação da THC é fundamental para que os         criadores de uma nova droga possam dirigir a ação do remédio         para sistemas específicos, maximizando seu efeito positivo.
     
"Será que as pessoas poderiam fumar maconha para evitar o         Mal de Alzheimer se a doença estiver na família?", pergunta         Wenk. "Não é isso o que estamos dizendo, mas poderia         funcionar. O que estamos dizendo, o que nos parece, é que uma         substância legal, segura, que imite essas propriedades         importantes da maconha pode trabalhar nos receptores do cérebro         para evitar a perda da memória na velhice".
     
Uma coisa já está clara para os cientistas: o tratamento não é         eficaz se já existe perda da memória - é preciso reduzir a         inflamação, preservar os neurônios existentes e gerar novos         neurônios antes que a perda de memória seja óbvia.
     
Também está claro, segundo os pesquisadores, que a THC sozinha         não é a resposta.
     
Eles esperam encontrar um composto de substâncias que possam especificamente agir na inflamação do cérebro e ativar a formação de novos neurônios.
