sexta-feira, junho 20, 2014

Índia ainda possui 1,3 milhão de catadores de excrementos

19.6.14    
Via Folhapress -

Quando completou 13 anos, a indiana Sudhira, 60, se casou em seu vilarejo. De sua sogra, recebeu uma "herança" em vida: uma cesta de bambu, uma pá, uma vassoura e 60 casas para limpar. A partir daquele momento, o emprego de Sudhira seria limpar o excremento das pessoas do vilarejo, todos os dias. "Da primeira vez que tive de tirar o cocô com a mãos, o cheiro era tão horrível, que eu vomitei", contou à Folha.

Quarenta e sete anos depois, Sudhira continua limpando excrementos. Acorda às 7h e começa sua ronda. Na primeira casa, vai até o fundo do terreno, onde fica o "banheiro" – um buraco raso no chão, cercado por uma parede baixa de tijolos.

Cheira muito mal. Em meio a uma nuvem de moscas, Sudhira se agacha, retira os excrementos com uma pá, que segura na mão sem luva. Junta um pouco de folhas, terra e cinzas e põe em cima das fezes. Recolhe esse bolo de excrementos com a pá e põe na cesta que leva sobre a cabeça. Às vezes, escorre.

Sudhira recebe 20 rúpias (US$ 0,30) e um pão roti de cada casa. Limpa quatro latrinas por dia e, em outras 10 casas, retira o lixo e os excrementos de animais. Ninguém encosta em Sudhira, porque ela é considerada "poluída".

Há 1,3 milhão de pessoas na Índia que são "catadores de excrementos" como Sudhira. Elas pertencem a uma casta de intocáveis.

o resto aqui - Tibuna via Flohapress
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